Crítica | 007: No Time to Die – Um Encerramento Épico e Emocionante para Daniel Craig

Proeminente Eduardo
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007: No Time to Die (2021), dirigido por Cary Joji Fukunaga, é uma despedida épica para Daniel Craig no papel de James Bond. Carregado de ação intensa, momentos emocionais profundos e um desfecho poderoso, o filme é um marco na franquia.


MGM


Com uma direção impressionante, um roteiro bem estruturado e performances estelares, No Time to Die oferece tudo o que se espera de um filme de Bond, elevando-o a um novo nível de complexidade emocional.


9.7/10


Cary Joji Fukunaga trouxe uma visão ousada e inovadora para "Sem Tempo para morrer", equilibrando tradição e modernidade. Ele combina com maestria as características clássicas dos filmes de Bond como a ação explosiva e os cenários grandiosos com um foco mais profundo na vulnerabilidade emocional de Bond. Fukunaga cria um filme que é visualmente deslumbrante, com cenas de ação incrivelmente bem coreografadas e um ritmo que mantém o espectador envolvido do início ao fim.


A sequência de abertura é um dos maiores destaques, com uma perseguição de tirar o fôlego nas ruas da Itália e um confronto emocional que define o tom do filme. A direção de Fukunaga também é cuidadosa ao explorar a despedida de Craig com sensibilidade, dando peso emocional a momentos-chave que não apenas remetem ao passado do personagem, mas também o empurram para um final corajoso e inesperado.


O roteiro de 007: No Time to Die escrito por Neal Purvis, Robert Wade, Phoebe Waller-Bridge e Fukunaga, faz um excelente trabalho em amarrar as pontas soltas dos filmes anteriores, ao mesmo tempo que cria uma narrativa nova e envolvente. O filme explora as consequências pessoais da vida de um espião, principalmente para Bond, que está lidando com sua aposentadoria e o desejo de se afastar do passado.


O retorno de Madeleine Swann (Léa Seydoux) e o desenvolvimento de seu relacionamento com Bond adiciona uma profundidade emocional que poucas vezes foi vista na franquia. O roteiro também lida com temas de sacrifício e redenção de forma impactante, levando Bond a enfrentar sua vulnerabilidade e seu legado.


O vilão Safin, interpretado por Rami Malek, pode não ser tão carismático quanto alguns dos vilões anteriores, mas sua presença enigmática e motivação pessoal trazem um perigo silencioso e constante. A ameaça biológica que ele representa também é extremamente relevante, o que torna a missão de Bond ainda mais urgente.


Daniel Craig entrega sua atuação mais emocional e complexa como James Bond em No Time to Die. Desde sua primeira aparição em Cassino Royale, Craig trouxe uma fisicalidade crua e um senso de humanidade ao personagem, e neste filme, ele finaliza esse arco de forma brilhante. Sua versão de Bond é mais introspectiva e vulnerável, enquanto ainda mantém a força e a determinação que definem o agente 007.


Craig equilibra perfeitamente a ação e os momentos de introspecção, criando um retrato multifacetado de um homem que passou por inúmeras perdas e lutas, mas que ainda se mantém firme em sua missão. A química de Craig com Léa Seydoux é genuína, e seu relacionamento é o coração emocional do filme. Ao longo da trama, Craig consegue mostrar uma evolução significativa em seu personagem, levando Bond a uma conclusão que é ao mesmo tempo chocante e profundamente satisfatória.


Além de Craig, o elenco de apoio também brilha em No Time to Die. Léa Seydoux como Madeleine Swann tem uma atuação comovente, e seu relacionamento com Bond é o motor emocional do filme. Ela traz uma vulnerabilidade e uma força interior que complementam a jornada de Bond.


Lashana Lynch, como Nomi, a nova agente 007, oferece uma performance forte e cheia de atitude, mostrando que pode seguir os passos de Bond. Sua dinâmica com Craig é divertida e competitiva, mas também cheia de respeito mútuo.


Rami Malek, como o vilão Safin, entrega uma atuação calma e sinistra. Embora o vilão não seja tão memorável quanto outros da franquia, Malek traz uma presença ameaçadora que é difícil de ignorar. Já Jeffrey Wright, como Felix Leiter, e Ralph Fiennes, como M, adicionam camadas de complexidade e lealdade à história.


As cenas de ação em No Time to Die são, sem dúvida, algumas das melhores da franquia. A perseguição de carros na Itália, a luta no gelo da Noruega e o confronto final na ilha de Safin são momentos espetaculares. Fukunaga consegue mesclar a ação com a tensão emocional, criando sequências que são tanto emocionantes quanto significativas para a história.


As lutas são brutais, bem coreografadas e capturam a fisicalidade de Craig, enquanto os tiroteios e perseguições são filmados com uma elegância que mantém o público imerso. A cinematografia de Linus Sandgren é outro ponto forte, com paisagens deslumbrantes e uma paleta de cores que varia do sombrio ao vibrante, refletindo o tom emocional do filme.


A trilha sonora de Hans Zimmer adiciona uma grandiosidade e intensidade ao filme. Zimmer consegue capturar a melancolia e a tensão de Bond em sua missão final, com momentos de pura emoção que complementam as cenas mais dramáticas. A música-tema "No Time to Die", de Billie Eilish, é uma escolha perfeita para este capítulo final, com sua melodia sombria e emocionalmente carregada. Ela ecoa a despedida de Bond e reflete o tom trágico e heroico do filme.


O design de produção de No Time to Die é luxuoso e sofisticado, como se espera de um filme de Bond. Os cenários, desde os exuberantes palácios italianos até a ilha isolada de Safin, são ricos em detalhes e criam uma atmosfera visualmente impressionante. A atenção aos detalhes em cada locação reflete a grandiosidade e a tradição da franquia, ao mesmo tempo que se moderniza.


No Time to Die é uma despedida épica e profundamente emocional para Daniel Craig no papel de James Bond. Cary Joji Fukunaga traz uma direção visualmente deslumbrante e equilibrada, enquanto o roteiro oferece uma narrativa poderosa e pessoal que amarra as pontas soltas da jornada de Bond. Com performances impressionantes de Craig e do elenco de apoio, cenas de ação espetaculares e uma trilha sonora arrebatadora, o filme é um encerramento digno e inesquecível para uma era marcante da franquia.

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