Crítica | Elevation - Apesar de algumas ressalvas, a obra consegue se destacar

Proeminente Eduardo
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Mais uma vez fui ao cinema assistir ao filme Elevation, um filme dirigido por Neil Blomkamp e estrelado por Anthony Mackie.



Desde o início, fiquei completamente imerso na trama e posso dizer que a experiência realmente valeu a pena. O longa entrega uma abordagem instigante dentro do gênero de ficção científica e suspense, com uma direção competente, um roteiro intrigante e atuações de alto nível.


7.9/10


Apesar de algumas ressalvas, a obra consegue se destacar em vários aspectos, especialmente no roteiro, na direção e nas atuações.


O roteiro, em particular, foi muito bem elaborado. A história é realmente interessante e mantém o espectador intrigado do início ao fim. Achei interessante como o filme não se preocupa em explicar tudo detalhadamente, como a razão pela qual os bichos não podem ultrapassar os 400 metros de altitude ou como a barreira de pó funciona.


Essa escolha narrativa, que lembra um pouco Um Lugar Silencioso, deixa espaço para a imaginação do público e foca no que realmente importa: a luta pela sobrevivência e a dinâmica entre os personagens. A ausência de uma explicação sobre a origem dos bichos também me pareceu uma decisão acertada, já que isso não interfere no impacto da trama. O desfecho, porém, deixa claro que há espaço para uma continuação, já que a descoberta de como derrotar os bichos acontece quase no final, o que me deixou curioso para saber como a história pode evoluir.


A direção de Neil também merece elogios. Ele conseguiu criar uma atmosfera de tensão e urgência que permeia todo o filme. A forma como ele conduz os momentos de ação e suspense é bastante eficiente, mantendo o ritmo acelerado sem perder a clareza narrativa. A escolha de não explorar demais o passado dos personagens ou o mundo exterior foi, na minha opinião, uma decisão inteligente, pois mantém o foco na jornada central.


Quanto às atuações, Anthony Mackie está simplesmente incrível. Ele entrega uma performance cheia de nuances, equilibrando força e vulnerabilidade de maneira convincente. Sua química com a atriz coadjuvante também é um ponto alto do filme, acrescentando camadas emocionais ao filme. A atriz, por sua vez, também merece reconhecimento por sua atuação sólida.


A trilha sonora é outro aspecto que merece destaque. Ela foi introduzida nos momentos certos, ampliando o impacto das cenas de suspense e ação. No entanto, a fotografia não me convenceu totalmente. Embora haja momentos visualmente interessantes, senti que faltou um pouco de ousadia e criatividade em algumas cenas, especialmente considerando o potencial visual que o tema do filme oferece.


Caso o filme ganhe uma sequência, com certeza deve responder algumas questões que ficaram sem explicação, como o motivo pelo qual as criaturas não podem ultrapassar os 400 metros de altitude ou como exatamente a barreira de pó impede que elas avancem. Da mesma forma, a origem dos seres não é explorada, o que lembra a abordagem de Um Lugar Silencioso, mas, neste caso, o perigo não está no som, e sim no próprio ar.


O desfecho do filme sugere fortemente uma continuação, pois a trama se desenrola de forma a apenas apresentar a ameaça e sua complexidade, deixando a descoberta de uma forma eficaz para combatê-la apenas para os momentos finais. Essa construção nos faz esperar ansiosamente por uma possível sequência que explore melhor as respostas que ficaram em aberto.

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